segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O CREDO DOS VOLUNTÁRIOS - CÓDIGOS DE RESPONSABILIDADE

O VOLUNTÁRIO É RESPONSÁVEL

Servir como voluntário é um privilégio que requer obrigações e deveres.

O VOLUNTÁRIO TEM SENSO DE ÉTICA 

O voluntário deve ter o mesmo padrão de conduta e comportamento esperado de um profissional da instituição.

O VOLUNTÁRIO É LEAL 

A conduta do voluntário é coerente e promove os interesses da administração da entidade onde trabalha e daqueles que usufruem de seus préstimos.

O VOLUNTÁRIO É UMA PESSOA DE CONFIANÇA

Como membro de um time, o voluntário leva as suas obrigações a sério, dando prioridade máxima ao cumprimento dos deveres que assume.

O VOLUNTÁRIO É DISCRETO 

O voluntário reverencia e respeita todos relacionamentos vinculados à instituição e protege firmemente a confidencialidade das informações a que tem acesso.

O VOLUNTÁRIO É DISCIPLINADO 

O voluntário é sensível às restrições atribuídas às suas funções, encaminhando os assuntos que estão fora da sua alçada para as autoridades competentes.

O VOLUNTÁRIO É OBJETIVO

O voluntário exerce tolerância e respeito para com todas as pessoas diferentes dele, inclusive as que possuem pontos de vista contrários aos seus.

O VOLUNTÁRIO É ESFORÇADO

O voluntário tem a obrigação de estar preparado para atuar com competência na esfera de suas responsabilidades e deveres. Em situações fora desta área, o voluntário deve consultar pessoas autorizadas para tomar as providências apropriadas.



Texto de Maria da Luz McAdams



O servir

ORAÇÃO DA SERENIDADE

Senhor, dai-me serenidade para aceitar o que não pode ser mudado, coragem para mudar o que posso e sabedoria para distinguir um caminho do outro.

O SERVIR

Servir não significa sair por aí fazendo e acontecendo, sem nenhum sentido. Antes de tudo, servir significa SER você mesmo. A vontade só não basta. É preciso ter capacidade e oportunidade. A capacidade se origina da aptidão e do talento de cada um; a oportunidade surge do momento certo em que se pode efetivar a capacidade.

• Seja de confiança e mantenha-se disponível para ajudar.
• Tenha entusiasmo (empolgação) pela vida. 
• Saiba ouvir a fim de saber servir.
• Seja modesto e solidário.
• Interesse-se pelos outros e os outros se interessarão por você.
• Seja dedicado e flexível diante de novos aprendizados e experiências.
• Confie que Deus lhe apresentará a oportunidade certa através da qual você o revelará a todos.
• Ampare-se amparando.
• Assuma pequenos compromissos movidos por grande determinação. 
• Sustente seus esforços com a fé e confiança.
• Considere as frustrações como inconveniências a serem superadas. (Medite e reflita sempre acerca do que lhe
 provoca ressentimento.)
• Saiba aproveitar a oportunidade para recomeçar.

Nota: São as pequenas coisas que importam. Pensando bem, o que é possível controlar em nossas vidas? As pequenas coisas, não é? Quando prestamos atenção ao detalhe, maior é a possibilidade de gratificação e confiança necessárias para/com o comprometimento em prol de maiores desafios.

Gradativamente, a firmeza nos pequenos gestos nos leva a agir de forma coerente para com os nossos valores. Essa firmeza nos leva também a seguir acreditando (e atuando) em pequenas iniciativas mais adiante. Aos poucos, as coisas começam a fazer sentido. No decorrer do tempo, nos torna possível compreender mais profundamente o propósito da nossa existência.

Texto : Maria da Luz McAdams

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A maravilha do voluntariado em hospital

QUE MARAVILHOSO É SER VOLUNTÁRIO DE UM HOSPITAL
(Ernest Schonfeld & M L McAdams)

Ser voluntário num hospital nos proporciona oportunidades sem fim. As principais são as seguintes:

• A oportunidade de usar nossos talentos e capacidade para o amor em benefício do próximo.
• A oportunidade de observar e reconhecer a dinâmica presente entre os relacionamentos nas horas difíceis. 
• A oportunidade de não deixar de fazer o que pode, em vista do impossível de ser feito.
• A oportunidade de compatilhar - e assim aliviar - a dor emocional do paciente, principalmente no que diz respeito aos sentimentos de rejeição, isolamento, abandono, medo e ansiedade
• A oportunidade de fazer vir à tona o melhor de nós próprios.
• A oportunidade de contemplar e conviver com a vida em sua totalidade, isto é, incluindo nela a morte. 
• A oportunidade de ajudar as pessoas a acreditarem em si mesmas.
• A oportunidade de buscar o bem nos outros e, no processo, descobrir o melhor em nós mesmos.
• A oportunidade de testemunhar como a prática do bem influencia a todos.
• A oportunidade de ver como é impossível ajudar a outrem sem que nos beneficiemos também.
• A oportunidade de descobrir motivos para se sentir tão gratos.
• A oportunidade de ser mais humano.
• A oportunidade de testemunhar a prática da fé.
• A oportunidade de estar em contato com os nossos próprios sentimentos e revelá-los de maneiras surpreendentes.
• A oportunidade de escolher a prática do bem, sem sermos obrigados a isso.
• A oportunidade de ser um instrumento importante, útil e produtivo no exercício do bem comum.
• A oportunidade de ser abençoado, abençoando os outros.
• A oportunidade de ensinar que as pessoas devem passar um favor adiante, e não sentir-se na obrigação de retribuí-lo.
• A oportunidade de fazer alguma coisa que traga significado e propósito para a nossa própria vida.
• A oportunidade de aprender e exercitar a prática do amor incondicional.
• E a oportunidade de nos aproximarmos de Deus.

Obrigada meu querido primo e Maria da Luz.
Vocês me inspiram.


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Alunos atuando em hospitais

Gostaria de mostrar uma matéria antiga da Veja Curitiba (23 outrubro de 2002 - Em busca do bem), sobre programas de voluntariado nas escolas voltados a hospitais.
Para ler a matéria clique aqui

Convivendo com um paciente com câncer

DICAS PARA QUEM CONVIVE COM UM PACIENTE DE CÂNCER
(Adaptação do livro "Guide for Cancer Supporters" - Annette and Richard Bloch)

- Não tenha receio de usar a palavra câncer. O nome da doença é esse.

- Esteja sempre presente e disponível. Parta do princípio que você está com
  o paciente para ajudá-lo e apoiá-lo, não para ter pena dele.

- Seja um excelente ouvinte. Nas horas difíceis, respire fundo 3 vezes
  para manter a calma.

- Se o paciente comentar que ele está sendo um fardo para você, assegure-lhe
  que a sua ajuda é uma escolha de livre arbítrio.

- Trate o paciente como se ele fosse viver. Entretanto, não faça prognósticos
   afirmando: "Eu sei que você vai ficar bom." É impossível saber isso. Além do
   mais, o paciente "sente" o que está acontecendo. Prefira dizer algo tal como:
   "A situação é séria, mas você está fazendo todo o possível para enfrentar os
   desafios."

- Seja paciente ao dar informações. Nas hora do sufoco, nem sempre a
  pessoa consegue prestar atenção direito ao que está sendo dito e absorver
  todos os detalhes.

- Não insinue que o enfermo seja uma fortaleza ou se porte como se tudo
  estivesse bem. Admita que sua situação deve ser realmente difícil, cansativa,
  entediante e amedrontadora.

- Permita que a pessoa se desabafe, dando expressão às suas frustrações e raiva.
  Isso ajuda a alivar o estresse.

- Não se canse de demonstrar atenção, carinho e preocupação, verbalmente
  ou através de pequenos atos de bondade. Escreva uma carta, por exemplo,
  um bilhete ou uma mensagem inspiradora e dê para o paciente. Compartilhe
  com ele uma oração, um cartão bonito, um livro, uma flor ou qualquer outra
  coisa que sirva de meios tangíveis de expressar o bem-querer.

- Demonstre os seus sentimentos com o resto da família, inclusive os filhos.
  Permita que eles participem e ajudem no cuidar do paciente. Incentive o
  diálogo aberto e contínuo entre as pessoas envolvidas com o enfermo.

- Encorage o paciente a manter-se ativo física e mentalmente.

- Não se faça de engraçado o tempo todo; entretanto, não tenha receio de
  sorrir, de ver o lado cômico das coisas. Em certas horas, o humor pode
  aliviar o estresse.

- Encontre maneiras de fazer o paciente a se descontrair. Veja filmes de
  comédia juntos, compartilhe o recorte de uma piada ou uma estória
  animadora.

- Não fique contando e recontando as experiências horrorosas que outros
  pacientes tiveram ou estão tendo.

- Fale sobre os acontecimentos especiais do passado, relembrando seu momentos 
  mais felizes ou engraçados. Observe como e por que essas recordações se
  tornaram  significativas para o enfermo. Decore o seu quarto com fotos de
  quando era ainda bebê, criança ou adolescente.

- Jamais menospreze o valor de uma atitude positiva na luta contra a
  enfermidade.
  
- Lembre-se que a higiene pessoal do paciente é de super importância. Atente
  para o seu asseio e boa aparência. Ajude-o a manter sempre as mãos bem
  limpas e o hálito fresco. Recomende o uso de um chapéu para proteger-se do
  sol ou algum accessório ou maquiagem para melhorar o seu visual. Esses tipos 
  de detalhes geralmente promovem a auto-estima.

- Tenha muito cuidado com terapias alternativas ao tratamento convencional
  da doença. Procure ler a respeito, conversar diretamente com outros pacientes   
  que tenham usado tais métodos. Permita que o paciente consulte a sua intuição
  antes de tomar quaisquer decisões.

- Não desencorage o doente de se ocupar, procurando perservar  o máximo 
  da sua rotina. Evite ser "bonzinho" demais, agindo como se o enfermo
  fosse uma criancinha. (Claro que isso não se aplica, se for o caso.) De
  qualquer forma, não cometa atos análogos a dar bala para uma criança
  obesa e diabética. Isso pode ser o que ele quer, mas ao longo prazo é um
  contra-senso fazer as suas vontades.

- Estimule o paciente a cuidar de si mesmo. Às vezes, o próprio doente deseja
  manter a sua independência, mas os parentes insistem em atrapalhar, dizendo:
  "Você está doente, não deve se esforçar, tentando fazer isso ou aquilo."
  O paciente terá mais confiança, se incentivado a manter-se ativo. Para ele,
  soa muito melhor ouvir: "Ótimo, fulano,  que você continua se esforçando para
  preservar a sua independência e amor-próprio."

- Faça comentários encorajadores sobre o progresso do paciente. Observe sinais
  de melhora e demonstre satisfação e orgulho. Todo paciente gosta de ouvir que
  é amado e aceito, não obstante as mudanças no seu aspecto físico.

- Atenção - o câncer não é contagioso. Abrace, beije ou toque a pessoa. O
  contato humano é de valia indispensável no processo de recuperação.
  Entretanto, respeite o paciente, caso ele não se sinta confortável em ser
  tocado seja por causa de juntas ou fraturas doloridas ou imunidade baixa.
  Como saber o que fazer? Pergunte e preste atenção aos sinais óbvios ou sutis
  que o paciente transmitir.

- Programe alguma coisa interessante para fazer com a pessoa, que não tenha
  a ver com doença. Sempre que for possível, procure distraí-lo com passatempos
  agradáveis. Exemplos: leitura em voz alta, música, jogos, passeios ao ar livre,
  cinema, museus... Quanto mais você aproveitar o bom da vida, maior é o
  incentivo para o paciente continuar vivendo.

- Dê sugestões, converse, tente convencer ou chegue até mesmo a discordar
  do paciente. Assim como uma criança precisa dos pais para manter a noção
  real das coisas,  às vezes o paciente precisa ter alguém que não só se preocupe
  com ele e o apoie, mas também que seja capaz de ajudá-lo a ouvir e atender a
  voz da razão.

- Trate o paciente como se você contasse com a sua sobrevida. Você não precisa
   acreditar que ele vai ficar bom; basta somente acreditar que pode ficar bom.
   Como muita gente acha que o câncer é fatal, essa postura às vezes se torna
   difícil para o paciente e a família. Entretanto, vem a servir sempre de
   oportunidade para o exercício da fé na vida de cada um.

-  No lidar com o paciente, demonstre ânimo e alegria de viver. Lembre-se que
   o medo e a desesperança são sempre contagiosos.

- Seja honesto, mas prudente. Diga o que tiver que ser dito, mas de maneira
  construtiva, otimista e confiante. Não esconda nada do paciente, nem fique
  falando baixo, sussurrando ou comentando coisas em segredo. Paciente
  nenhum é tolo. Não subestime a sua inteligência - ele percebe tudo.

- Considere o paciente como um ser humano único e maravilhoso, não número,   
  uma doença ou estatística. Encorage-o a acreditar no seu poder de influenciar
  a qualidade das suas próximas 24 horas. Às vezes, isso é o bastante.

- Explore e descubra as coisas que o paciente normalmente gosta de fazer.
  Mesmo que o tratamento da doença se torne o centro das atenções de todos,
  isso não quer dizer que o doente não tenha outros interesses também.

- Não tente ser mágico querendo advinhar o que o paciente precisa.
  Faça perguntas e ouça. Não se esqueça também das dificuldades que
  certos pacientes sentem de pedir ajuda. Para muitos deles é difícil ser
  dependente.

- Se estiver gripado ou com alguma infecção, evite contato direto com o paciente.
  Lembre-se que o seu sistema imunológico pode  estar enfraquecido devido aos
  tratamentos.

- Não tenha receio de chorar com o enfermo e sua família. Isso pode promover
  a troca de sentimentos profundos e idéias significantes.

- Sempre que possível, permita que o doente continue fazendo parte das
  decisões  a serem tomadas acerca do seu tratamento, assuntos familiares,
  etc.

-  Existem pacientes que preferem não se aprofundar no que está se passando
   com a sua doença. Deixe-o em paz. Assim como todo enfermo tem direito
   à informação, tem também o direito de não querer estar a par de tudo.
   Se entretanto ele quiser estar em comando de todas as decisões sobre o seu
   caso, isso é bom, os estudos e pesquisas dizem que é ótimo.  Ajude-o a
   mergulhar na busca de conhecimento e alternativas.

-  Novamente para dar ênfase, ajude o paciente a fazer as coisas por si mesmo,
   a ter atividades tais como dar telefonemas, ler, preparar  lista de coisas a fazer,
   marcar consultas e cuidar de assuntos pessoais.

-  Fique vigilante para que o enfermo continue se tratando pronta e
   completamente, não se esquecendo do prazo dos exames de acompanhamento,
   seguindo as prescrições médicas devidas, etc.

- Muito importante - mantenha um diário de todas as consultas e procedimentos
  médicos a fim de ter documentado tudo a seu respeito. Um dos benefícios
  desse exercício é ajudar a conferir os extratos das despesas médico-hospitalares
  acumuladas.

-  Esteja seguro que o médico do enfermo é qualificado para tratá-lo.    
   Inicialmente, encoraje a obtenção de uma segunda (ou terceira) opinião.
   O ideal é que o paciente goste do seu médico, que se sinta à vontade
   com ele e tenha confiança que o mesmo "joga  no seu time.

- Ainda sobre o médico, este deve ser competente, mas também sensível
  as necessidades e preferências do paciente. Não deixe de preparar uma lista
  com todas as perguntas e dúvidas antes da consulta marcada. Esteja certo de  
  que as respostas foram claras.

- Da mesma forma, ajuda muito quando o paciente entende os procedimentos
  de cada fase do seu tratamento, o que ele está fazendo, para que serve, etc.
  Estimule o paciente a ter confiança de fazer perguntas.

- Quando o paciente se sentir abatido por causa dos efeitos colaterais do
   tratamento, faça-o lembrar do que as drogas devem estar fazendo com as
   células malignas.

- Planeje com antecedência alguma atividade prazeirosa com a qual se
  ocupar durante o tempo de espera de um exame ou consulta.
  Exemplos: brincadeiras, jogos, leitura, atualização de correspondência,
  planejamento de passeios, retorno de telefonemas, relaxamento e
  meditação através de fitas  e livros, etc.

- Igualmente importante: esteja atento para que o paciente tome bastante,
  bastante líquido e se alimente bem para manter seu peso e energia.

- Tenha sempre ao seu dispor e faça uso de diversos: "Desculpe-me... Perdão...
   Por favor.... Obrigado... Agradeço muito... Você é importante para mim...
   Que Deus nos proteja..."

- Influencie o paciente a passar pelo menos 20 minutos por dia na
  prática de exercícios respiratórios ou alguma técnica de relaxamento,
  meditação, oração ou reflexão. Lembre-se que tudo na vida começa por
  um pensamento.

- Incentive o enfermo a participar de algum grupo de apoio. Ele poderá
   sentir-se deslocado no princípio, mas ao longo prazo, os benefícios
   serão óbvios. Se não existir um grupo de auto-ajuda na sua área, organize
  um!

- Encorage a prática de exercícios físicos regulares, de acordo com a capacidade
  do doente. Lembre-se entretanto, que certos exercícios podem ser feitos até
  mesmo deitado ou sentado.

- Diga e repita para o paciente que você está rezando por ele. Encorage-o
  a orar para si mesmo também. A oração tem o poder de aprimorar a
  qualidade de nossas vidas.

- Não assuma nunca que o paciente vai morrer. Por incrível que pareça, muitos
   sobrevivem anos ou até se curam.

- Apoie sempre o paciente na luta pela vida. Entretanto, se chegar um ponto em
  que ele  não queira (ou não tenha como) tentar mais nada, continue servindo de
  âncora firme e forte nos altos e baixos.
  
- Dizer para um paciente "não ficar deprimido" é dizer para a chuva parar de
  chover. Insistir que a pessoa não fique "prá baixo" é uma forma de reforçar
  mais ainda o seu estado depressivo. Mude de tática - com paciência,
  sensibilidade e prudência, procure encontrar alguma coisa que prenda a sua
  atenção e absorva o seu interesse.

- Contribua para que o paciente se sinta importante, confiante que a sua vida faz
  diferença. Dê ênfase às coisas que ele pode fazer sozinho. Ofereça razões e
  meios para o exercício da sua auto-determinação e respeito.

- Encontre maneiras de fazer o paciente rir. Veja filmes de comédia juntos,
  compartilhe o recorte de um cartoon, uma estória engraçada...

- Para quem está cuidando do paciente, não se esqueça de si mesmo. Procure
   renovar as energias.

Texto: Maria da Luz McAdams



sábado, 5 de fevereiro de 2011

Como voluntariar para um doente de câncer

Texto: Maria Da Luz McAdams.

"Quando diante de emoções extremas, a tarefa principal
da pessoa que cuida de outrem é servir de esponja emocional.
Você não precisa conversar, dizer qualquer coisa, dar
conselho, ou tentar mudar nada. Simplesmente esteja presente
e absorva a dor, o medo e a mágoa, assim como uma esponja.
Tudo que a outra pessoa deve estar precisando é de
alguém com quem possa chorar, expressar seus sentimentos e
daí, consumí-los ou dissipá-los. Faça-se então presente e
compartilhe... Não tema a pessoa, nem a sua dor ou raiva.
Consinta que o que tiver que vir à tona, venha. Não tente fazer
com que ela se sinta melhor. Não desconverse ou deprecie os
seus sentimentos e preocupações, nem tente encontrar soluções
banais para os seus conflitos. Sirva simplesmente de esponja. Isso pode
nos fazer sentir impotentes e inúteis, por não estar fazendo
nada. Todavia, a verdade é que em situações crônicas, nada pode
ser feito mesmo, exceto vivenciá-las da melhor maneira possível.
- Ken Wilber em "Grace and Grit."

Não existe ninguém no mundo que não conheça, pelo menos, uma pessoa com problemas de câncer. Nos Estados Unidos, por exemplo, um em cada três indivíduos sofre dessa enfermidade durante a sua vida. Ela afeta pessoas de todas as idades, raças, regiões geográficas e condições financeiras. Não é difícil reconhecer, portanto, como mais cedo ou mais tarde todos nós havemos de lidar com essa doença.

Qualquer um se amedronta quando sabe que tem câncer. Tememos as mudanças nos relacionamentos, a perda do trabalho, a mutilação do nosso corpo, a dor e a própria morte. Até as mínimas alterações, mesmo insignificantes, podem nos causar alarme. Como voluntários, devemos ficar atentos, sintonizados para com essas sensibilidades, proporcionando legitimidade, apoio e compaixão pela dor alheia.

Pois bem, não existe um caminho certo e simples de como ajudar uma pessoa com câncer, isto porque cada paciente se encontra numa situação única. Entretanto, vejamos aqui algumas diretrizes a serem consideradas:

- Mantenha as linhas de comunicação abertas. Quanto a tocar no assunto da doença ou não, permita que o próprio paciente determine quando e quanto falar a respeito. Ofereça apoio, assistência e encorajamento no uso de todos os recursos disponíveis para o paciente.

- A pessoa nota sempre desconforto na outra, por isso, fique tranqüilo e à vontade, se de repente houver silêncio entre vocês. O silêncio pode proporcionar clareza aos pensamentos.

- Tente sempre envolver a pessoa em atividades que lhe sejam de interesse. Todavia, use bom senso, não subestimando os efeitos de sua enfermidade, nem sendo superprotetor.

- Demonstre curiosidade e entusiasmo pelo que a pessoa tem a dizer. Evite distrações tais como checar a hora, assistir televisão, folhear revistas etc.

- Tente colocar-se no lugar do paciente, ter empatia por ele. Isso proporciona um ponto de vista diferente. Ouça para compreender, não necessariamente para mudar a pessoa, resolver problemas, ou convencê-la a sentir-se melhor.

- Trate a pessoa como gente, não como um enfermo. Paciente nenhum é a sua enfermidade. Tudo que vemos ou percebemos pode na essência, não ser exatamente o que aparenta ser.

- Pare de falar! É impossível ouvir se você fica tagarelando o tempo todo. Considere as razões porque Deus nos deu 2 ouvidos mas somente uma língua...

- Aceite a pessoa como ela era e nunca deixou de ser, apesar da doença. Permita que continue a ser ela mesmo. Avalie as suas mensagens, não a pessoa. Evite julgá-la, controlá-la ou manipulá-la.

- Evite também comandos ou imperativos tais como: "Lute pela vida! Você vai ficar bom! Não esmoreça por falta de esperança! Aceite o que não pode ser mudado... Só morre quem já viveu..."

Na dor, muita gente prefere não ouvir dizer: "É vontade de Deus... Sei muito bem como você está se sentindo... Você vai ficar bom... Não se preocupe que vai dar tudo certo... " Esse tipo de clichés não ajuda nada. É preciso respeitar o sofrimento alheio, tentando não julgar ou sugerir soluções banais. Cada indivíduo tem uma maneira diferente de reagir à enfermidade. Para evitar ressentimentos, não deprecie a dor dos outros.

Na verdade, o voluntário não necessita oferecer soluções concretas para já estar ajudando. A simples capacidade de ouvir a pessoa é em si uma valiosa forma de servir. A propósito, ouvir é a melhor maneira que existe de se dar. Ouvir é o ingrediente principal do bem-querer... Aprendamos, portanto, a distinguir o poder da palavra e do silêncio. Existe muita eloquência num simples olhar.

No servir, é recomendável também lembrar de socorrer na hora da necessidade. Ajudar alguém depois de preciso, é ajudar pela metade... É como dar açúcar a morto. Portanto, seja assíduo no contato ou convívio, através de visitas, telefonemas, cartas, lembretes, troca de mensagens, artigos, convites para um cinema, um passeio, etc.

Na minha experiência, observo que a coisa mais valiosa (e difícil) que podemos compartilhar com alguém é os nossos sentimentos. Para muita gente é mais fácil contribuir com dinheiro, pertences ou idéias do que compartilhar emoções. O caminho mais curto de se aprender a repartir os sentimentos é através da conversa. Thomas Moore, um dos meus autores prediletos, diz que um bom bate-papo é o ato sexual da alma. Através desse intercâmbio se torna possível dispor-se emocionalmente. E, na doença crônica, esta disponibilidade facilita o convívio e a atuação do papel de pára-raio, através do qual absorvemos a dor alheia, favorecendo assim o seu alívio.

Importante também é não esquecer dos familiares! Considerando que poucos reconhecem e se sensibilizam com a dor daqueles que convivem com o sofrimento alheio, é necessário dar ênfase a isso. É claro que é sempre difícil para o enfermo; todavia, o convívio dos membros da família com a doença crônica do seu ente querido pode ser tanto ou mais desafiante ainda.

Da mesma forma, é aconselhável que o voluntário fique sempre em contato com o medo que ele mesmo possa, algum dia, encontrar-se na mesma situação... Nas minhas experiências pessoais, tento encarar essa possibilidade para refletir, usando os meus anseios como metáforas para o desenvolvimento de mais compaixão, não só pela dor dos outros, mas pelas minhas também. Para mim, uma das grandes oportunidades oferecidas pelo trabalho voluntário é testemunhar a capacidade humana de crescer e superar a sua própria tragédia.

Repetindo, a maneira mais segura de lidar com um paciente é colocar-se disponível para ouví-lo e atendê-lo com o coração... O trabalho voluntário em si reforça a idéia de que a maneira mais edificante de servir é reconhecer o valor de cada vida. Quando nos aproximamos de um paciente a mensagem que levamos conosco é: "Estou aqui para servi-lo de livre e espontânea vontade, não por obrigação, " o que se traduz em respeito e reverência pela vida alheia.

Um dos momentos mais felizes para um voluntário, é encontrar um paciente ou outro que se desperta para o fato de que o seu valor não está naquilo que ele pode se tornar (ex. mais saudável, bonito ou inteligente), mas sim naquilo que já é. Afinal, o propósito maior em servir é honrar a condição humana que nos iguala diante da alegria ou da tristeza, da riqueza ou da pobreza, da saúde ou da doença. E é através do trabalho voluntário que prestamos a outrem - e a nós mesmos - o mais dígno tributo.


Maria da Luz McAdams e o voluntariado no hospital


Aproveitando a mensagem da Maria Helena, estarei postando alguns artigos da minha querida amiga/irmã Maria da Luz McAdams sobre o voluntariado no hospital.
Daluz como a chamam, trabalhou  23 anos como voluntária no M.D. Anderson Cancer Centre assistindo pacientes com câncer e seus familiares. Na verdade, ela nunca cessou seu trabalho. Como ela mesmo diz, apenas aposentou o uniforme.
Quando algum paciente chega a Houston e lhe contata, ela imediatamente se põe a disposição para ajudá-lo.
Mas Daluz não somente atua nos EUA, ela também está envolvida diretamente no Brasil.
Como parte da sua missão, ela viaja por conta própria pelo Brasil a cada 2 ou 3 anos para visitar hospitais e promover o voluntariado. Isto sem falar nas malas cheias de doações que ela leva para os necessitados.
Em reconhecimento por sua contribuição comunitária, Daluz recebeu o título de "Mulher Notável do Texas, 1984-1985. Em 1992, o M.D. Anderson Cancer Center lhe conferiu o prêmio "Hearts in Action Award". 
DaLuz é formada em Recursos Humanos pela Faculdade de Administração da Universidade de Houston e é autora dos livros "Boas-vindas a Houston", um guia para os pacientes e visitantes da cidade e "Em Busca do Arco-Íris - Um Exercício de Perseverança, Aprimoramento e Saúde, um livro de auto-ajuda resultado das suas experiências. como voluntária no centro médico de Houston, o qual o está doando para quem quiser.
Daluz  é um exemplo do que o ser humano tem de melhor: O amor a D’us e ao ser humano e outros seres vivos. Seu coração é enorme e suas ações refletem a grandeza do seu ser.
Tudo o que relatei aqui é apenas uma pequena parcela do que ela faz, pois ela está envolvida em diversas causas.
Na verdade penso que ela é um anjo disfarçado de ser humano que veio para cá para nos ajudar nas horas difíceis.

Este poema que escrevi é dedicado a ela.

I found an angel
I walked down the valley and in my tears I found an angel.
The angel with hearthands came close in my direction.
I walked down the valley and wanted to die, but the beautiful angel
said:  “It’s still not your time”.
I walked down the valley in such a disgrace, but the beautiful angel said: “I came here to stay.
To take all your sorrow and all of your bitterness and to help you get back to what is your mission". 
I looked to the sky and thanked to the Lord for the angel he sent me brought me back to the core.
Years have passed and she is still at my side teaching me lessons deep to my heart.
I made her my family and called her a sister, but for all of her wisdom she is also my teacher.
As I think of my life and the things I achieved I cannot forget to thank this special angel in deep.
Obrigada Daluz, obrigada por existir.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Mensagem de uma guerreira na batalha contra o câncer - “Ajudando um familiar ou amigo doente a resgatar a Fé”

Há alguns meses atrás recebi uma mensagem de minha querida amiga Maria Helena que está na luta contra o câncer. Uma luta que já dura uns 10 anos.
Tenho acompanhado seu sofrimento e suas vitórias e tenho presenciado sua força de vontade e sua fé, a qual a mantém viva e inspira muitos outros.

Não é a toa que os amigos a chamam de guerreira.

Infelizmente há 10 anos atrás  foi obrigada a fazer uma difícil escolha: a perna ou a vida.
Embora tenha optado pela vida, com a deficiência e a evolução da doença, ela se viu obrigada a enfrentar novos obstáculos: as limitações, os preconceitos, as pessoas, os medos, as injustiças, as lamentações, algumas vezes o desespero, as aflições e até mesmo o abandono.
Mas apesar de tantos desafios, ela diz que irá lutar até o fim.
Entre um tratamento e outro, Maria Helena também ajuda a um orfanato, dá apoio e conforta outros pacientes com câncer, envia mensagens a quem precisa e é uma fonte de inspiração e otimismo para quem a cerca.
Dizem que a fé remove montanhas, mas depois de ter acompanhado a trajetória da minha querida amiga Guerreira, posso dizer que a fé também remove tumores.

É com muita honra que compartilho com todos os leitores sua mensagem. Clique aqui para ler.


Aproveito para convidar a todos para que façamos uma corrente de pensamentos positivos e orações (cada um na sua crença) por sua cura e dos demais enfermos.